segunda-feira, 8 de junho de 2015

Festas Juninas – Folclore ou religião?



Por Natanael Rinaldi e Luiz Antonio Capriello

O Inciso VI, do artigo 5º da Constituição Federal reza o seguinte: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”

O ensino brasileiro tem explorado em nossas escolas (públicas e/ou particulares) as muitas manifestações folclóricas do nosso povo, inserindo-as em seus calendários de atividades com o respeitável propósito de auxiliar a definição da verdadeira identidade brasileira. Nosso país, em virtude de seu passado histórico, absorveu diversas culturas e costumes, fato que nos tornou conhecidos como “um país de muitas caras”.

Desde que conquistamos a independência de Portugal estamos lutando para nos descobrirmos. E um dos meios eficazes para atingir esse objetivo é justamente a avaliação acurada das vastas e peculiares manifestações populares.

Naturalmente, as festas juninas fazem parte das manifestações populares mais praticadas no Brasil, e todas as considerações sobre essas comemorações exigem uma análise equilibrada, pois há um limite entre o folclore e a religião, visto que esta quase sempre acaba mesclando-se com as tradições. E é justamente o que propomos neste artigo: uma avaliação equilibrada. 

Afinal, será que temos maturidade espiritual para delinear as fronteiras entre o que é folclore e o que é religião? Uma herança portuguesa A palavra folclore é formada dos termos ingleses folk (gente) e lore (sabedoria popular ou tradição) e significa “o conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções; ou estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas em suas lendas, crenças, canções e costumes”

Como é do conhecimento geral, fomos descobertos pelos portugueses, povo de crença reconhecidamente católica. Suas tradições religiosas foram por nós herdadas e facilmente se incorporaram em nossas terras, conservando seu aspecto folclórico. Sob essa base é que as instituições educacionais promovem, em nome do ensino, as festividades juninas, expressão que carrega consigo muito mais do que uma simples relação entre a festa e o mês de sua realização. Entretanto, convém ressaltar a coerente distância existente entre as finalidades educacionais e as religiosas. Além disso, não podemos nos esquecer de que o teor de tais festas oscila de região para região do país, especialmente no Norte e no Nordeste, onde o misticismo católico é mais acentuado. As origens dessa comemoração remontam à antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno da mitologia romana. 

Os festejos em homenagem a essa deusa eram denominados “junônias”. Daí o atual nome “festas juninas”.1 As primeiras referências às festas de São João no Brasil datam de 1603 e foram registradas pelo frade Vicente do Salvador, que se referiu aos nativos que aqui estavam da seguinte forma: “os índios acudiam a todos os festejos dos portugueses com muita vontade, porque são muito amigos de novidade, como no dia de São João Batista, por causa das fogueiras e capelas”.2 A origem das festividades Para as crianças católicas, a explicação para tais festividades é tirada da Bíblia com acréscimos mitológicos. 

Os católicos descrevem o seguinte: “Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas. Por esse motivo, costumavam visitar-se com freqüência, afinal de contas amigos de verdade costumam conversar bastante. Um dia, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora para contar uma novidade: estava esperando um bebê ao qual daria o nome de João Batista. Ela estava muito feliz por isso! Mas naquele tempo, sem muitas opções de comunicação, Nossa Senhora queria saber de que forma seria informada sobre o nascimento do pequeno João Batista. Não havia correio, telefone, muito menos Internet. Assim, Santa Isabel combinou que acenderia uma fogueira bem grande que pudesse ser vista à distância. Combinou com Nossa Senhora que mandaria erguer um grande mastro com uma boneca sobre ele. O tempo passou e, do jeitinho que combinaram, Santa Isabel fez. Lá de longe Nossa Senhora avistou o sinal de fumaça, logo depois viu a fogueira. Ela sorriu e compreendeu a mensagem. Foi visitar a amiga e a encontrou com um belo bebê nos braços, era dia 24 de junho. Começou, então, a ser festejado São João com mastro, fogueira e outras coisas bonitas, como foguetes, danças e muito mais!”

Como podemos ver, a forma como é descrita a origem das festas juninas é extremamente pueril, justamente para que alcance as crianças. As comemorações do dia de São João Batista, realizadas em 24 de junho, deram origem ao ciclo festivo conhecido como festas juninas. Cada dia do ano é dedicado a um dos santos canonizados pela Igreja Católica. Como o número de santos é maior do que o número de dias do ano, criou-se então o dia de “Todos os Santos”, comemorado em 1 de novembro. Mas alguns santos são mais reverenciados do que outros. 

Assim, no mês de junho são celebrados, ao lado de São João Batista, dois outros santos: Santo Antônio, cujas festividades acontecem no dia 13, e São Pedro, no dia 24. Santo Antônio Pouca gente sabe que o nome verdadeiro desse santo não era Antônio, mas Fernando de Bulhões, segundo consta. Ele nasceu em Portugal em 15 de agosto de 1195 e faleceu em 13 de junho de 1231. Aos 24 anos, já na Escola Monástica de Santa Cruz de Coimbra, foi ordenado sacerdote. Ao tomar conhecimento de que quatro missionários foram mortos pelos serracenos, decidiu mudar-se para Marrocos. Ao retornar para Portugal, a embarcação que o trazia desviou-se da rota por causa de uma tempestade, e ele foi parar na Itália. Lá, foi nomeado pregador da Ordem Geral. Viveu tratando dos enfermos e ajudando a encontrar coisas perdidas. 

Dedicava-se ainda em arranjar maridos para as moças solteiras. Sua devoção foi introduzida no Brasil pelos padres franciscanos, que fizeram erigir em Olinda (PE) a primeira igreja dedicada a ele. Faz parte da tradição que as moças casadouras recorram a Santo Antônio, na véspera do dia 13 de junho, formulando promessas em troca do desejado matrimônio. Esse fato acabou curiosamente transformando 12 de junho no “Dia dos Namorados”. No dia 13, multidões se dirigirem às igrejas pelo pão de Santo Antônio. Dizem que é bom carregar o santo na algibeira para receber proteção. É bastante comum entre as devotas de Santo Antônio colocá-lo de cabeça para baixo no sereno amarrado em um esteio. 

Ou então jogá-lo no fundo do poço até que o pedido seja satisfeito. Depois cantam: “Meu Santo Antônio querido, Meu santo de carne e osso, Se tu não me deres marido, Não te tiro do poço”. As festas antoninas são urbanas, caseiras, domésticas, porque Santo Antônio é o santo dos nichos e das barraquinhas. Na A Tribuna de 14 de junho de 1997, página A8, lemos: “O dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, foi lembrado... com diversas missas e a distribuição de 10 mil pãezinhos. Milhares de fiéis compareceram às igrejas para fazer pedidos, agradecer as graças realizadas e levar os pães, que, segundo dizem os fiéis, simbolizam a fé e garantem fartura à mesa”

Ainda para Santo Antônio, cantam seus admiradores: “São João a vinte e quatro São Pedro a vinte e nove Santo Antônio a treze Por ser o santo mais nobre”4. São João A Igreja Católica o consagrou santo. Segundo essa igreja, João Batista nasceu em 29 de agosto, em 31 A.D., na Palestina, e morreu degolado por Herodes Antipas, a pedido de sua enteada Salomé (Mt 14.1-12). 

A Bíblia, em Lucas 1.5-25, relata que o nascimento de João Batista foi um milagre, visto que seus pais, Zacarias e Isabel, na ocasião, já eram bastante idosos para que pudessem conceber filhos. Em sua festa, São João é comemorado com fogos de artifício, tiros, balões coloridos e banhos coletivos pela madrugada. Os devotos também usam bandeirolas coloridas e dançam. Erguem uma grande fogueira e assam batata-doce, mandioca, cebola-do-reino, milho verde, aipim etc. Entoam louvores e mais louvores ao santo. As festas juninas são comemoradas de uma forma rural, sempre ao ar livre, em pátios e/ou grandes terrenos previamente preparados para a ocasião. João Batista, biblicamente falando, foi o precursor de Jesus e veio para anunciar a chegada do Messias. Sua mensagem era muito severa, conforme registrado em Mateus 3.1-11. 

Quando chamaram sua atenção para o fato de que os discípulos de Jesus estavam batizando mais do que ele, isso não lhe despertou sentimentos de inveja (Jo 4.1), pelo contrário, João Batista se alegrou com a notícia e declarou que não era digno de desatar a correia das sandálias daquele que haveria de vir, referindo-se ao Salvador (Lc 3.16). Se em vida João Batista recusou qualquer tipo de homenagem ou adoração, será que agora está aceitando essas festividades em seu nome, esse tipo de adoração à sua pessoa? Certamente que não! São Pedro É atribuída a São Pedro a fundação da Igreja Católica, que o considera o “príncipe dos apóstolos” e o primeiro papa. Por esse motivo, os fiéis católicos tributam a esse santo honrarias dignas de um deus. Para esses devotos, São Pedro é o chaveiro do céu. E para que alguém possa entrar lá é necessário que São Pedro abra as portas. 

Uma das crendices populares sobre São Pedro (e olha que são muitas!) diz que quando chove e troveja é porque ele está arrastando móveis no céu. São Pedro é cultuado em 29 de junho como patrono dos pescadores. Na ocasião, ocorrem procissões marítimas em sua homenagem com grande queima de fogos. Para os pescadores, o dia de São Pedro é sagrado. Tanto é que eles não saem ao mar para pescaria. A brincadeira de subir no pau-de-sebo é a que mais se destaca nas festividades comemorativas a São Pedro. O objetivo para quem participa é alcançar os presentes colocados no topo. 

Os sentimentos do apóstolo Pedro eram extremamente diferentes do que se apregoa hoje, no dia 29. De acordo com sua forma de agir e pensar, conforme mencionado na Bíblia, temos razões para crer que ele jamais aceitaria os tributos que hoje são dedicados à sua pessoa. Quando Pedro, sob a autoridade do nome de Jesus, curou o coxo que jazia à porta Formosa do templo de Jerusalém e teve a atenção do povo voltada para ele como se por sua virtude pessoal tivesse realizado o milagre não titubeou, mas declarou com muita segurança: “Por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? ...o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus ... Pela fé no nome de Jesus, este homem a quem vedes e conheceis foi fortalecido. Foi a fé que vem pelo nome de Jesus que deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3.12-16). O Pedro da Bíblia demonstrou humildade ao entrar na casa de Cornélio, que saiu apressado para recepcioná-lo. O texto sagrado declara: “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem” (At 10.25-26). 

Os balões
A sociedade “Amigos do Balão” nasceu em 1998 para defender a presença do ‘balão junino’ nessas festividades. O padre jesuíta Bartolomeu de Gusmão e o inventor Alberto Santos são figuras ilustres entre os brasileiros por soltarem balões por ocasião das festas juninas de suas épocas, portanto podemos dizer que eles foram os precursores dessa prática. Hoje, como sabemos, as autoridades seculares recomendam os devotos a abster-se de soltar balões pelos incêndios que podem provocar ao caírem em uma floresta, refinaria de petróleo, casas ou fábricas. Não obstante, essa prática vem resistindo às proibições das autoridades. Geralmente, os balões trazem inscrições de louvores aos santos de devoção dos fiéis, como, por exemplo, “VIVA SÃO JOÃO!!!”, ou a outro santo qualquer comemorado nessas épocas. 

Todos os cultos das festas juninas estão relacionados com a sorte. Por isso os devotos acreditam que ao soltarem um balão e ele subir sem nenhum problema seus desejos serão atendidos, caso contrário (se o balão não alcançar as alturas) é um sinal de azar. Mas tudo isso não passa de crendices populares. 

Sincretismo religioso 
Religiões de várias regiões do Brasil, principalmente na Bahia, aproveitam-se desse período de festas juninas para manifestar sua fé junto com as comemorações católicas. O candomblé, por exemplo, ao homenagear os orixás da sua linha, mistura suas práticas com o ritual católico. 

Assim, durante o mês de junho, as festas romanas ganham um cunho profano com muito samba de roda e barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas. Paralelamente, as bandas de axé music se espalham pelas ruas das cidades baianas durante os festejos juninos. Lá, devido ao candomblé, Santo Antônio é confundido com Ogum, santo guerreiro da cultura afro-brasileira. 

Os evangélicos e as festas juninas 
Diante de tudo isso, perguntamos: “Teria algum problema os evangélicos acompanharem seus filhos em uma dessas festas juninas realizadas nas escolas, quando as crianças, vestidas a caráter (de caipirinha), dançam quadrilha e se fartam dos pratos oferecidos nessas ocasiões: cachorro-quente, pipoca, milho verde etc?”. É óbvio que nenhum crente participa dessas festas com o objetivo de praticar a idolatria, pois tal procedimento, por si só, é condenado por Deus! Quanto à essa questão, tão polêmica, é oportuno mencionar o comportamento de certas igrejas evangélicas, com a alegação de estarem propagando o evangelho durante o Carnaval, dedicam-se a um tipo duvidoso de evangelização nessa época do ano. Fazem de tudo, inclusive usam blocos carnavalescos com nomes bíblicos. 

Não devemos nos esquecer, no entanto, de que as estratégias evangelísticas devem ocorrer o ano todo, e não apenas em determinadas ocasiões. O mesmo acaba acontecendo no período das festas juninas. Ultimamente, surgiram determinadas igrejas evangélicas que, a fim de levantar fundo para os necessitados e distribuir cestas básicas aos pobres, estão armando barracas junto com os católicos em locais em que as festas juninas são promovidas por órgãos públicos. Os produtos que vendem, diga-se de passagem, são característicos das festividades juninas. 

Os “cristãos” que ficam nas barracas vestem-se a caráter e pensam que, dessa forma, estão procedendo biblicamente. E o que dizer das igrejas que promovem festas juninas em suas próprias dependências com a alegação de arrecadarem fundos? As festas juninas têm um caráter religioso que desagrada a Deus. Então, como separar o folclore da religião se ambas estão intrinsecamente ligadas? O povo de Israel abraçou os costumes das nações pagãs e foi criticado pelos profetas de Deus. A vida de Elias é um exemplo específico do que estamos falando. 

Ele desafiou o povo de Israel a escolher entre Jeová Deus e Baal. O profeta pôs o povo à prova: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o” (1Rs 18.21). É claro que o contexto histórico do texto bíblico em pauta é outro, mas, como observadores e seguidores da Palavra de Deus, devemos tomar muito cuidado para não nos envolvermos com práticas herdadas do paganismo. Pois é muito arriscada a mistura de costumes religiosos, impróprios à luz da Bíblia, adotada por alguns evangélicos. É preciso que os líderes e pastores aprofundem a questão, analisem a realidade cultural do local em que desenvolvem certas atividades evangelísticas e ministério e orientem os membros de suas respectivas comunidades para que criem e ensinem os filhos nos preceitos recomendados pela Palavra de Deus. O simples fato de proibirem as crianças a participar dessas comemorações na escola em que estudam não resolve o problema, antes, acaba agravando a situação. 

O que diz a Bíblia 
Para muitos cristãos, pode parecer que a participação deles nessas festividades juninas não tenha nenhum mal, e que a Bíblia não se posiciona a respeito. O apóstolo Paulo, no entanto, declara em 1 Coríntios 10.11 que as coisas que nos foram escritas no passado nos foram escritas para advertência nossa. Vejamos o que ele disse: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”. O que nos mostra a história do povo de Israel em sua caminhada do Egito para Canaã? Quando os israelitas acamparam junto ao Monte Sinai, Moisés subiu ao monte para receber a lei da parte de Deus. 

A demora de Moisés despertou no povo o desejo de promover uma festa a Deus. Arão foi consultado e, depois de concordar, ele próprio coletou os objetos de ouro e fabricou um bezerro com esse material. O texto bíblico diz o seguinte: “Ele os tomou das suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, apregoando, disse: Amanhã será festa ao Senhor” (Êx 32.4-5). 

Qual foi o resultado dessa festa idólatra ao Senhor? Deus os puniu severamente: “Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e arremessou das mãos as tábuas, e as quebrou ao pé do monte. Então tomou o bezerro que tinham feito, e o queimou no fogo, moendo-o até que se tornou em pó, e o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel. Então ele lhes disse: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa. Passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho” (Êx 32.19-20,27). 

O teor religioso das festas juninas não passa de um ato idólatra quando se presta culto a Santo Antônio, São João e São Pedro. Paulo declara o seguinte: “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (1Co 10.19-20). “E serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios. E derramaram sangue de seus filhos e de suas filhas que sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue” (Sl 106.36-37). 

Como crentes, devemos adorar somente a Deus: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). Assim, nossos lábios devem louvar tão-somente o Senhor Deus: “Portanto, ofereçamos sempre por meio dele a Deus sacrifício de louvor, que é o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). O texto de Apocalipse 7.9 é um bom exemplo do que estamos falando: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas com palmas nas suas mãos. E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro”. É possível imaginar um cristão cantando louvores a São João Batista? 

O cântico seria mais ou menos assim:  
“Onde está o Batista? 
Ele não está na igreja 
Anda de mastro em mastro 
A ver quem o festeja”

Lembramos a atitude de Paulo e Barnabé diante de um ato de adoração que certos homens quiseram prestar a eles: “E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens, e desceram até nós. E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio a Paulo; porque este era o que falava. E o sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão sacrificar-lhes. Porém, ouvindo isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há” (At 14.11-15). 

Os santos não podem ajudar 
 Normalmente, as pessoas que participam das festas juninas querem tributar louvores a seus patronos como gratidão pelos benefícios recebidos. Admitem que foram atendidas por Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Crêem também que esses santos podem interceder por elas junto a Deus. Entretanto, os santos não podem fazer nada pelos vivos. Pedro e João, como servos de Deus obedientes que foram, estão no céu, conscientes da felicidade que lá os cerca (Lc 23.43; 2Co 5.6-8; Fp 1.21-23). Não estão ouvindo, de forma nenhuma, os pedidos das pessoas que os cultuam aqui na terra. O único intercessor eficaz junto a Deus é Jesus Cristo. Diz a Bíblia: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5). 

E mais: 
“É Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34). “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1Jo 2.1-2). Foi o próprio Senhor Jesus quem nos disse que deveríamos orar ao Pai em seu nome para que pudéssemos alcançar respostas aos nossos pedidos: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei” (Jo 14.13-14). 

Quanto ao teor religioso das festas juninas, podemos declarar as palavras de Deus ditas por meio do profeta: “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro” (Am 5.21). Como seguidores de Cristo, suplicamos, diante desta delicada exposição, que Deus nos conceda sabedoria para que consigamos proceder de uma maneira que o agrade em todas as circunstâncias, pois: “toda ação de nossa vida toca alguma corda que vibrará na eternidade” (E. H. Chapin). 

FOGUEIRAS
A fogueira é um elemento essencial nas festas juninas. Algumas regiões ainda conservam a bizarra tradição de caminhar sobre as brasas. Você sabia que convencionalmente cada uma das três festas, Santo Antônio, São Pedro e São João, exige um arranjo diferente de fogueira? 

Santo Antônio 
As lenhas são atreladas em formato quadrangular. 

São Pedro 
As lenhas são atreladas em formato triangular. 

São João
As lenhas são atreladas observando o modelo habitual; possui formato arredondado semelhante à pirâmide. 

COMIDAS TÍPICAS 
As festas juninas são comemoradas com comidas típicas: curau, batata-doce, mandioca, pipoca, canjica, pé-de-moleque, pinhão, gengibre, quentão, entre outros. 

VOCÊ SABIA 
Que a quadrilha é uma dança de origem francesa? Foi trazida ao Brasil no início do século XIX passando a ser dançada nos salões da corte e da aristocracia brasileira. Com o passar do tempo, deixou a nata da sociedade e incorporou-se às festas populares gerando, assim, suas variantes no interior do país. 

PIROLÁTRICOS 
Você sabia que os cultos pirolátricos são de origem portuguesa? Antigamente, em Portugal, acreditava-se que o estrondo de bombas e rojões tinha como finalidade espantar o diabo e seus demônios na noite de São João. Atualmente, no mês de junho intensifica-se o uso desses artifícios, porém, desassociado dessa antiga crendice. 

Bibliografia: 
CARVALHO, Hernani de – No Mundo Maravilhoso do Folclore LIRA, Mariza – Migalhas Folclóricas RUIZ, Corina – Livro e Folclore (citado no site http:venus.rdc.puc.rio.br/kids Notas: 1 Migalhas folclóricas, p. 99. Mariza Lira. 2 Ib., p.106. Mariza Lira. 3 Didática e Folclore. Corina Ruiz. (citado no site http:venus.rdc.puc.rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc./origem.html). 4 Migalhas Folclóricas, p. 101, Mariza Lira. 5 Ib., p. 108, Mariza Lira

sábado, 4 de abril de 2015

EU SOU LIVRE, JESUS É MINHA PÁSCOA!

Estamos na Páscoa, uma comemoração vai muito além dos chocolates. Tudo começa há 3500 anos aproximadamente, quando o Senhor liberta seu povo através de uma série de acontecimentos que marcaram tanto hebreus como egípcios.

De acordo com a Bíblia Sagrada, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viviam como escravos há mais de quatrocentos anos no Egito. A fim de libertá-los, Deus designou Moisés como líder do povo hebreu (Êxodo 3-4).

“Deixa ir o meu povo”, foi a ordem de Deus através de Moisés ao faraó, que relutou e com o coração endurecido precisou vivenciar pragas como julgamento contra o Egito. Relutou através de nove pragas, mas Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito... desde os homens até aos animais” (Êxodo 12.12).

Como os israelitas também habitavam no Egito, o Senhor emitiu uma ordem específica a seu povo. A obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tomaria um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito e o sacrificaria. Famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Êxodo 12:4).


Os israelitas deviam aspergir parte do sangue do cordeiro sacrificado nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele não mataria os primogênitos das casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebraico pêssach, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”.


Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus”, Jesus Cristo, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (João 1.29).


Jesus Cristo veio ao mundo, nascendo como homem, e morrendo na cruz, de forma violenta e ultrajante. Mas como o profeta Isaias registrou no capitulo 53: 3-10 – “Foi desprezado e rejeitado pelos homens; homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, foi desprezado, e não lhe demos nenhuma importância. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou sobre si as nossas dores; e nós o consideramos aflito, ferido por Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas maldades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por seus ferimentos fomos sarados.  Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair a maldade de todos nós sobre ele. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Foi levado por juízo opressor; e a sua descendência, quem a considerou? Pois ele foi tirado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo. Deram-lhe uma sepultura com os ímpios, e ficou com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. Contudo, foi da vontade do SENHOR esmagá-lo e fazê-lo sofrer; apesar de ter sido dado como oferta pelo pecado, ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos”.

Assim sendo, lembremos, não somente nesta data, mas em todos os dias, o verdadeiro significado da Páscoa. Assim como o Todo Poderoso libertou os hebreus da escravidão no Egito, Deus quer nos libertar da escravidão do pecado e por isso, enviou seu Filho, Jesus Cristo, para que “todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo. 3.16) Vida esta conquistada com sangue “porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1Coríntios 5:7)

O apóstolo Paulo escrevendo à IGREJA DE Roma ele diz: “Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24) Na cruz, JESUS disse: “Está consumado”! Em grego, τετελεσται (TETELESTAI): “A DÍVIDA foi quitada”!

Em Cristo somos LIVRES! Se você ainda não se entregou a Cristo, se ainda não O declarou Senhor e Salvador de sua vida, faça hoje, e tenha sua dívida quitada, passe por cima da escravidão do pecado!

Cristo Ressuscitou! Jesus é a nossa Páscoa!

Em Cristo,

Pr. Rogério Augusto Geraldo

FÉ CEGA EM KARL MARX E SEU ÓDIO AO CRISTIANISMO

Escrito por  Marisa Lobo psicóloga, articulista , Cristã com orgulho. A idéia desse post é servir de base para esclarecer todos aque...